Mais um texto da hermana....
O Dragão, Cia Amok.
À Esper(ar)
Por Débora Casapê
Era um lugar de silêncio
E eu, cansada do barulho do dia
Lá me encontrava.
Era um lugar de concentração
Lá dentro havia atores que se preparavam
Para brilhar no brilho da luz do palco.
Eu não (os)via, (ou)via
Eram cantos que soavam pelos ares
Eram vozes que se aqueciam.
Ainda não sabia qual peça assistiria
E se fosse uma peça sem falas?
De repente, da porta grande e bonita de madeira
Surge um fotógrafo
Será que o elenco fazia fotos do espetáculo?
Mas então, por que as vozes?
Vozes não saem em fotos.
Ou saem e eu nunca ouvi?
(...)
O mundo do teatro sempre me fascinou
Talvez pelo fato de eu sempre estar presente no mundo dele
Ou ele em meu mundo?
Ou nós, reciprocamente no mundo dos dois?
Enfim...
Talvez pelo fato de eu gostar de magias.
(...)
De repente uma gata
Era manhosa
Gostava de carinho
E eu, gostava de sentir seu pelo
Era macio
Era sedoso
Ela deitou no chão
Talvez tivesse gostado da minha companhia
Tinha o olhar de mistério
Coisa do fantástico mundo dos gatos mesmo
Ela olhava para lugares de onde vinham barulhos estranhos
E fixava o olhar misterioso nesses cantos
O mundo dos bichos é mesmo imaterial
Eles sequer usam sapatos.
Se virou para olhar o movimento de pessoas
Tinha agora um olhar de contemplação
Talvez em sua cabeça tudo se passara
Tudo se pensara
O que fazem aqui?
Por que?
Pra quê?
O que fazem da vida?
Por que?
Pra quê?
O que fazem do mundo?
Pra quem?
Talvez ela não entendesse nada
Talvez ela não entendesse tudo
Talvez ela entendesse o necessário.
E os homens?
Do que sabem?
Do que entendem?
Não acham nem sua ignorância
(...)
A fila se formara
Gosto de estar na frente
Não gosto de esperar
Momento sem escolhas
Momento de espera.
Lá dentro a peça já se iniciara
O palco era interessante
Composto por telas de arames e pedras
Mulheres do oriente médio
Homens do oriente médio
Ambiente de dor.
De repente, sem perceber
Não estava mais ali
É como se tivesse sido teletransportada
A dor entrara em mim
E eu chorava
A dor pertencia também a mim
E eu sofria
É como se um tapa passasse pela minha face
E eu, sem escolhas, tivesse sujeita a sentir seu bruto contato
(...)
Momento de catarse
Fim
Momento de catarse
Momento de catarse
Sem fim
Interessante o texto.
ResponderExcluirEle descreve com detalhes o acontecimento.
Haa e feliz "noite"do amigo rs
Beju
Ah meus amores valeu pelos comentarios....
ResponderExcluirBjinhos!!!